segunda-feira, 6 de julho de 2009

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Como fazer um trabalho acadêmico

Todo trabalho acadêmico começa pela pesquisa bibliográfica, isto é, a consulta de um número determinado de livros, revistas, artigos da internet, etc. Existem várias formas de se fazer a pesquisa, mas é importante em todas elas que, após ter sido feita a leitura, possamos aproveitar as informações colhidas sem precisar ler tudo de novo. Também devemos cuidar de colocar as referências bibliográficas de uma forma clara, que permita que outras pessoas entendam quais foram as obras usadas na pesquisa.

1.1. Fichamento mínimo

Para aproveitar a leitura, recomenda-se o fichamento do livro onde, além dos dados bibliográficos (conforme nota abaixo) são indicadas as principais informações que este texto oferece para nossa pesquisa. O fichamento mínimo pode ser feito numa ficha própria (1/2 ofício) ou numa folha ofício, que depois possa ser arquivada num lugar acessível para a consulta. Veja o exemplo de fichamento mínimo:

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DADOS BIBLIOGRÁFICOS: MARASCHIN, Jaci (ed.) - Celebração da Vida. Salvador. Traço a Traço Editorial, 1992.

ASSUNTOS DESTACADOS DA OBRA:
1. Publicação de livros de cânticos que, destinados a eventos especiais (...), dão oportunidade aos poetas e compositores cristãos de desenvolver a imaginação sob impulso dos temas dominantes (p.5).
2. Coletânea de Cantos em português, espanhol e inglês (p. 7-115).
3. Apresenta os créditos num índice com o número, título (original), autor, tradutores e compositores (p. 116-118).

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Para adequada utilização da ficha mínima e a identificação da bibliografia no fim de cada trabalho, devem ser registrados corretamente os dados bibliográficos seguindo as seguintes normas:

SOBRENOME DO AUTOR COM LETRAS MAÍSCULAS, (vírgula) Nome do/a Autor/a (só com a primeira letra maiúscula) - (traço) Título do Livro (em Itálico, conforme é apresentado no próprio livro) (ponto). Cidade onde o livro foi editado (não precisa colocar o país): (dois pontos) Editora, (vírgula) ano da edição (ponto final).

Veja o seguinte exemplo:

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GOTTWALD, Norman K. Introdução Sócio-literária à Bíblia Hebraica. São Paulo: Paulinas, 1988.
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Se for um artigo de revista, o que varia é que deve se citar, após o nome do/a autor/a, o nome do artigo, depois o nome e número da Revista em Itálico (ou Livro onde se encontra o artigo) e finalmente a cidade, editora e ano da edição. Veja os exemplos: Artigo em Revista:

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CARDOSO, Nanci - Ah!...Amor em delícias! in Revista de Interpretação Bíblica Latino-americana (RIBLA), Nº 15. Petrópolis: Vozes/ São Leopoldo: Sinodal, 1993.
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O mesmo sistema de citação em revista vale para artigos de uma coletânea. Mesmo que toda a obra tenha uma pessoa que figure como editor (ed.) ou organizador (org.), o artigo deve ser citado separadamente (quando utilizado), já que a bibliografia não é por obra e sim por autor. Vejamos um outro exemplo disto:

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MONTEIRO, Simei - A Nova Canção in Celebração da Vida, p. 15-16. Salvador: Traço a Traço Editorial, 1992.
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Quando se tratar de um artigo da Internet, neste caso a norma é: SOBRENOME DO AUTOR/A, Nome do Autor/a. Título do Artigo in Página da Internet (www.xxx@xxx.xx). Cidade ou País: Mês e ano. Por exemplo:

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TAKATSU, Sumio - Epístola, Atos 10:34-38 in http://www.ceajunet.com.br/ . Porto Alegre: CEA - IEAB, 05.2003.
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1.2. Ficha de Leitura

A Ficha de Leitura é um resumo de uma obra, numa extensão que não ultrapasse 10% do número de páginas do texto resumido. Portanto, se vai ser resumido um capítulo de um livro que possui 40 páginas, o resumo não deverá ultrapassar 4 páginas (redigido conforme as normas de apresentação de trabalhos acadêmicos indicadas mais adiante).

A ficha não pode ser cópia do texto apenas retirando alguns parágrafos. Quando o texto é citado literalmente, deve ser colocado entre aspas ou em separado, conforme as normas para citações bibliográficas que serão indicadas mais adiante.
Para fazer a ficha o/a estudante deverá seguir os seguintes passos:
a) Ler o texto, colocando numa folha de rascunho aquelas idéias ou argumentos que na sua opinião são mais importantes e resumem melhor a obra em questão;
b) Realizar o resumo a partir das anotações e não diretamente do texto, evitando citar literalmente a obra; no entanto, deve indicar em nota de rodapé (conforme normas que serão explicadas adiante) em que parte do texto se encontram as idéias ali resumidas;
c) Escrever um parecer final, a título de conclusão, de não mais de uma página, onde indica sua opinião pessoal sobre a obra em questão;
d) Escrever uma introdução, onde indica a razão de ter escolhido este texto para sua pesquisa;
e) Organizar todo o material, colocando-o na seguinte ordem: capa, introdução, resumo do texto, conclusão e bibliografia (dados bibliográficos completos do texto resumido).
Uma ficha de leitura pode servir como base para um trabalho, permitindo que o/a estudante coloque sua visão sobre uma determinada obra ou texto.

2. Como elaborar uma monografia

Monografia é o resultado de uma pesquisa, na forma de um texto. Em cada semestre haverá uma monografia ou trabalho (para cada disciplina, individualmente, conforme orientação do/a professor/a), na extensão mínima de sete e máxima de dez páginas, sem contar com a capa, o sumário e bibliografia.

Para esta monografia, quanto à elaboração do texto (consideramos os procedimentos de pesquisa bibliográfica, ficha de leitura, etc.) devem ser contempladas as seguintes orientações práticas:

a) papel: deve ser branco e ter o formato A4 (21 cm x 27,7 cm); a impresão é de um lado só da folha, em cor preta, nos tipos previamente definidos;

b) paginação:
- a contagem das mesmas começa a partir da folha de rosto; todas devem ser numeradas sequencialmente com números conforme orientação dos programas "Word" , "Office" ou semelhantes, no caso do texto ser digitado por computador;
- se o texto for datilografado, a numeração pode ser feita na margem superior direita (2 cm da borda superior e 2 cm da margem direita);
- se a monografia tiver capítulos, estes devem sempre começar uma nova página e devem ser numerados de tal forma que a numeração sempre apareça no sumário, porém omitida nas primeiras páginas de cada capítulo; segue-se o mesmo critério para a primeira página do sumário e da introdução;
- para efeito de contagem, deve-se começar pela folha de rosto, embora nesta não apareça o algarismo (vide exemplo posterior)
- a paginação do sumário deverá ser feita em algarismos romanos (I, II, III, etc.); a partir da introdução, deverão ser utilizados algarismos arábicos;
- quando se utiliza o procedimento de iniciar capítulos, em folhas novas, estas também não recebem numeração, só as subsequentes, continuando a paginação do trabalho;

c) títulos: devem ser destacados gradativamente; em letras maísculas e em negrito;

d) a capa deve conter três elementos:
- no alto da página o nome do/a autor/a, na ordem normal, com letras maiúsculas, bem centrado, de três a seis centímetros abaixo da borda superior da folha;
- título do trabalho deve estar no centro da página, com letras maísculas e em negrito;
- bem mais abaixo deve ser escrito, também centralizado, o nome da instituição; na linha seguinte a cidade/estado/país e na próxima, o ano em que foi concluído o trabalho;

Observação: é comum encontrar-se em monografias o nome da instituição como um cabeçalho na borda superior da folha, seguindo-se os outros dados dentro dos limites preconizados nesta ordem: título do trabalho, nome do/a autor/a, podendo incluir-se ainda o nome da disciplina em pauta;

e) folha de rosto: deve conter os elementos necessários à identificação da obra; assim, além dos elementos mencionados na capa, ela deverá informar sobre nota explicativa a respeito do trabalho; esta nota explicativa deve conter: a natureza do trabalho, o objetivo acadêmico, os dados de orientação (instituição acadêmica a que se destina, disciplina, nome do professor/a, etc.); ainda, são elementos básicos da folha de rosto: no alto, nome completo do/a autor/a; no centro, título completo do trabalho; mais abaixo à direita dos dados sobre a nota explicativa; em baixo cidade e ano;

Observação: na configuração da nota explicativa deve se utilizar o tipo normal de impressão (redondo) a 9 cm da borda lateral esquerda e a 3 cm do título e subtítulo em espaço 1 ou simples de entrelinhas - no caso do texto ser digitado, deve se utilizar a fonte Arial, tamanho 10;

f) sumário: na página seguinte deverá ser feito um sumário onde é feita uma relação dos assuntos tratados e facilitada a localização das suas partes (introdução, desenvolvimento do conteúdo, conclusão, bibliografia), sendo as páginas das mesmas mencionadas;

g) nota de rodapé: indicações bibliográficas ou observações no texto feito pelo/a autor/a podem aparecer no rodapé da página, no final de capítulos ou em parte do próprio texto; quanto a sua apresentação as notas são:
- numeradas em sequência em algarismos arábicos ao longo do texto;
- quando em rodapé (ao final da folha), ficam separadas do texto por um espaço em branco ou por um filete de 2 a 3 cm.

Observação: vários dos ítens mencionados serão apresentados em modelos xerocados em anexo, ao final do texto.
A monografia propriamente dita é composta do trabalho que a rigor, apresenta três elementos fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão.

Vamos ver cada um deles:

1. Introdução: deve ser cuidadosamente elaborada de forma clara, objetiva e concisa, utilizando-se sempre os verbos no futuro. Ela remete o leitor ao texto que está por vir. Numa boa introdução, devem ser mencionados o tema a ser trabalhado com seus limites e abrangências, a relevância do mesmo, dados que remetem o leitor a ênfases que serão desenvolvidas ao longo do trabalho e a metodologia.
Observação: a introdução, embora seja a primeira parte a ser apresentada no texto digitado ou datilografado, quando na etapa de confecção do trabalho ou monografia, deve ser a última a ser elaborada, pois só se tem um noção mais clara da mesma quando a pesquisa já foi desenvolvida.

2. Desenvolvimento: é a parte mais extensa e mais importante do texto. Ele precisa apresentar o desdobramento do tema pesquisado. A forma como ele se estrutura está relacionada com o processo de reflexão do/a autor/a. O desenvolvimento pode ser dividido em sub-temas (no mínimo dois) que devem ser estruturados com coerência e sequência lógica. No sumário inicial, no caso de haver sub-temas no desenvolvimento do trabalho, este também devem ser indicados, com as respectivas páginas que os iniciam.

3. Conclusão: o núcleo da conclusão deve apresentar os resultados obtidos mediante o trabalho de pesquisa, no que concerne a novos conhecimentos e possíveis consequências práticas desse trabalho. Por isso, atualmente, em vez de conclusão, tem-se utilizado a expressão Considerações Finais , para não dar impressão de que o assunto em pauta não poderia ter outras abordagens, desdobramentos ou conclusões. Na conclusão, os verbos devem ser colocados no pretérito (passado). A conclusão é uma espécie de síntese do texto, e deve ser breve, clara e objetiva.

Após a conclusão do texto, deve ser citada a bibliografia utilizada para pesquisa (ver orientações específicas para isto no início do trabalho). Também, o desenvolimento do texto deve mencionar as citações, se for o caso, conforme orientado anteriormente.

observação: o item monografia é resultado do resumo de duas fontes bibliográficas:

1. FACULDADES PALOTINAS - FAPAS. Normas Técnicas para trabalhos científicos. Santa Maria: Biblos Editora, 2002.

2. PAIXÃO JÚNIOR, Valdir Gonzales (org.) - Manual para elaboração de MONOGRAFIAS. Curitiba: Descoberta Editora LTDA, 1999.


3. A Pesquisa de Campo

Este tipo de pesquisa nasce em ciências como a Psicologia, a Sociologia e a Antropologia e está sendo cada vez mais comum na Teologia. Trata-se de procurar informações para a pesquisa na vida real. Seus métodos são questionários orais ou escritos, entrevistas, relatórios de experiências e até descrição de ambientes. Sua credibilidade depende da capacidade do/da pesquisidor/a indicar detalhadamente o contexto da pesquisa. Quem apresenta este tipo de dados deve indicar o porquê de tal pesquisa (motivação), a razão da escolha do local e/ou e/ou pessoas envolvidas (localização e identificação), a razão da escolha do/s método/s utilizados (metodologia da pesquisa), a razão da escolha de uma ou outra forma de armazenamento e apresentação dos dados (escritos, vídeo, gravações, etc.) e finalmente as conclusões que estes dados permitem tirar dentro da pesquisa proposta.

A motivação, localização, identificação, metodologia e forma de apresentação devem estar presentes na introdução ou preâmbulo do trabalho. Imediatamente depois, são colocados os dados colhidos e finalmente a conclusão. Esta pesquisa pode ser apresentada sozinha ou dentro de uma monografia, que pode e deve ser acompanhada de pesquisa bibliográfica que auxilie a uma melhor interpretação dos dados colhidos na pesquisa de campo.

Observação:

O item "Orientações Metodológicas sobre como fazer um Trabalho Acadêmico" foi acrescentado a este documento com objetivo de auxiliar o/a estudante na elaboração dos seus trabalhos.


COORDENAÇÃO ACADÊMICA DO SETEK. Orientações sobre os cursos livres à distância do SETEK. SETEK, Porto Alegre, 2007.

ADENDOS

I . Comentários enviados pelo postulante Régis Domingues, atendendo a solicitação da Comissão de Ministérios.


Parabéns pelo aprimoramento do blog, ficou muito bom. Quanto ao roteiro de pesquisa acadêmica e elaboração de monografia disponibilisado pelo SETEK, pareceu-me bastante prático e resumido atendendo ao que precisamos para o IAET. Não sei se posso contribuir muito, mas gostaria de fazer apenas algumas observações:

- Número de páginas mínimas para a monografia, salvo falta de atenção de minha parte não notei esse ítem.
- O papel de um orientador é importante.
- Quanto a seguencia na elaboração da monografia acho que antes mesmo de uma pesquisa bibliográfica é interessante observar os seguintes passos:
1. Escolha do TEMA.
2. Referencial teórico.
3. Delimitação do TEMA e elaboração de um Título Provisório.
4. Descrever o OBJETIVO GERAL da pesquisa.
5. PROBLEMATIZAÇÃO do tema a partir do objetivo geral e estabelecimento da HIPÓTESE ou HIPÓTESES.
6. Elaborar o ROTEIRO PROVISÓRIO, que consiste em 3 partes ou 3 capítulos para o desenvolvimento do tema. Na elaboração de cada capítulo descrever os OBJETIVOS ESPECÌFICOS em cada um.
7. Pesquisa bibliográfica.
8. Desenvolvimento dos capítulos.
9. Introdução e Considerações finais.

Quanto ao uso de referências a ABNT recomenda ou as notas de roda pé ao final de cada página ou a forma (AUTOR, data, página). Atualmente o modelo mais utilizados em trabalhos e artigos científicos tanto no Brasil quanto no exterior é o modelo (AUTOR, data, página). Apenas uma questão de escolha.

Abraços
Regis

Exemplo de Roteiro Provisório de Trabalho Acadêmico:

TEMA
O desencantamento do mundo como princípio fundamental de Max Weber para se compreender a influência do protestantismo na modernidade.

OBJETIVO
O presente projeto de pesquisa se propõe a ser uma modesta contribuição ao entendimento das repercussões e influências das formulações teológicas e religiosas do Protestantismo, segundo a concepção do pensamento de Max Weber, para compreensão da formação da sociedade ocidental moderna e sua conseqüente alteração na vivência do sagrado na modernidade.

Segundo Weber “a teologia é uma racionalização intelectual da inspiração divina” (WEBER, 2004, p.49) e essa racionalização é levada às últimas conseqüências no Protestantismo, culminando num “desencantamento do mundo”. Ele acrescenta:
o destino de nosso mundo, que se caracteriza pela racionalização, pela intelectualização e, sobretudo, pelo ‘desencantamento do mundo’, levou os homens a banir da vida pública os valores mais supremos e mais sublimes. (WEBER, 2004, p.51)

Conforme Pierucci (2005, p. 46) respeitáveis estudiosos propõem que o uso weberiano do termo desencantamento do mundo pode ser traduzido por desmagificação do mundo, ou seja, a significação do termo aludi ao banir “os valores supremos e mais sublimes” que é no conceito de Weber o mesmo que banir a prática sortilégica e sacramental como meio de salvação na prática religiosa.

A princípio o termo “desencantamento do mundo” parece ter sido emprestado por Weber de expressões parecidas de alguns nomes da literatura alemã de sua época, como Schiller e Goethe, e adotado como uma metáfora. Mas, “Max Weber construiu um conceito, muito mais do que um simples termo” (PIERUCCI, 2005, p. 31) e esse conceito ganha proeminência e centralidade em seus escritos, sendo um conceito fundamental para o entendimento da modernidade e da influência do Protestantismo na gênese desta.

A presente pesquisa tem, portanto, o objetivo de examinar o conceito de desencantamento do mundo no pensamento de Weber, buscando compreender a análise que esse apresenta do modelo de racionalidade adotado pela sociedade moderna ocidental, principalmente no campo religioso, quando da formação do Protestantismo e de sua ética, que aparentemente delimita, nesse período histórico, os contornos teóricos e práticos responsáveis pela transição do mágico para o racional no contexto religioso. O objetivo geral dessa pesquisa é investigar e examinar o significado do conceito aplicado no sintagma desencantamento do mundo no pensamento de Weber como princípio de entendimento da provável transformação que o Protestantismo realizou de forma definitiva no contexto religioso, uma vez que, na concepção weberiana de religiosidade a primitiva magia “normalmente representa o pólo (mais) irracional e a religião, o pólo (mais) racionalizado” (PIERUCCI, 2005, p.68). A partir disso, caracterizar o desenvolvimento ocorrido da magia, movida quase exclusivamente pela comoção emocional, uma vez que “a magia é coerção do sagrado, compulsão do divino, conjuração dos espíritos” (PIERUCCI, 2005, p. 70), para o surgimento da religião (Protestantismo) que é especialmente definida pelo “respeito, prece, culto e sobretudo doutrina. Sendo principalmente doutrina, a religião representa em relação à magia um momento cultural de racionalização teórica, de intelectualização” (PIERUCCI, 2005, P. 70), sendo essa intelectualização a fonte geradora da ética religiosa que possivelmente influencia a formação da sociedade ocidental moderna e altera as forma de vivência do sagrado na modernidade.

Refletir o conceito de desencantamento do mundo como chave de entendimento do Protestantismo e conseqüentemente da formação da sociedade ocidental moderna e sua transformação na vivência do sagrado, tendo em perspectiva a forte ênfase doutrinal do Protestantismo que representa um momento de racionalização (desencantamento) e desmagificação (desencantamento) perante a magia (emoção, intuição, mistério, rito sacramental) religiosa é a justificativa para a realização desse trabalho. A pesquisa aqui apresentada se dispõem a analisar a transição radical e definitiva da religiosidade mágica para a religiosidade ética, no contexto de construção da modernidade. Explicar como essa religiosidade ética gera uma concepção de religião extramundana que somente se confirma mediante a uma complementação cotidiana observada na racionalização da prática religiosa, ou seja, na positiva moralização da conduta de vida do fiel. Verificar, ainda, como a desmagificação (desencantamento) não representa uma perda da religião, mas antes representa a consolidação de uma “conduta de vida plena de sentido” (Souza, 2006, p. 160).

Capítulo I – O conceito de desencantamento do mundo no pensamento de Max Weber

Apresentar como surge no pensamento de Weber o conceito “Desencantamento do Mundo” e como esse é consolidado no decorrer de sua obra. Pesquisar como o conceito se articula com a formação da ética protestante e como influencia o surgimento de uma nova forma de vivência social do sagrado.

Capítulo II – Construção da sociedade moderna no pensamento weberiano: a transição da religiosidade mágica para a racional

Explorar o conceito de racionalização do religioso no ocidente a partir do protestantismo. Entender como o conceito de racionalização se traduz em desmagificação do religioso e como esse altera a vivência do sagrado na formação da sociedade moderna ocidental. Verificar porque os termos são intercambiáveis na obra de Weber e como eles se relacionam com o Protestantismo.

Capítulo III – O conceito de desencantamento de Weber nas perspectivas de uma teologia brasileira

Apresentar a influência que a racionalização do religioso exerceu sobre a secularização da sociedade contemporânea ocidental e suas conseqüências na vivência do sagrado. Investigar como a teologia brasileira se apropria do protestantismo em seu contexto cultural.

Referências Bibliográficas

PIERUCCI, Antônio Flávio. O desencantamento do mundo: todos os passos do conceito em Max Weber. São Paulo: Editora 34, 2005.
SOUZA, Darli Alves de. O desencantamento do mundo, in Revista Último Andar, São Paulo: PUC-SP, (15), 153-162, dez. 2006
WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2004.



II. DOZE DICAS PARA ESCREVER BEM SUA TESE OU TRABALHO ACADÊMICO

1. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, conforme deve ser do conhecimento de V. Sa. Outrossim, tal prática advém de esmero execessivo e beira o exibicionismo narcisístico.

2. Evite abrev., etc.

3. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.

4. Estrangeirismos estão "out".

5. Tente ser seletivo no uso de gírias, mesmo que sejam maneiras, sacou?

6. Evite repetir a mesma palavra, pois esta palavra vai ficar repetida e a repetição vai fazer com a palavra seja repetida.

7. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu pai: "Quem cita os outros não tem idéias próprias."

8. Frases incompletas podem causar.

9. Não seja redundante, não há necessidade de dizer a mesma coisa de formas diferentes, isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.

10. Não use siglas desconhecidas, conforme recomenda a A.G.O.P.

11. Exagero é um milhão de vezes pior do que a moderação.

12. Evite frases longas, pois dificultam a compreensão da idéia nelas contida e apresentam mais de uma idéia central, o que nem sempre torna seu conteúdo acessível, forçando, assim, o leitor a separá-las em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que, afinal, não deveria ser parte do processo de leitura.

Referência:

RAMOS, L. C., aula ministrada na faculdade de teologia, UMESP, disciplina de metodologia científica, em 19 de maio de 2003.